Congress report/Relatório de evento/Reporte de congreso: XV ESOCITE 2024
Jorge Alexander Daza Cardona
08/14/2024 | Report-backs
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Congress report: XV Latin American Conference on Social Studies of Science and Technology (ESOCITE 2024)
The Latin American Conference on Social Studies of Science and Technology is the most important Science and Technology Studies (STS) academic event in the Latin American region. It is organized by the Latin American Association for Social Studies of Science and Technology (ESOCITE) and occurs every two years. This year’s edition took place at the University of Campinas, Brazil, between July 23 and July 25. The conference was hosted by the Department of Science and Technology Policy from the same university. The organizing board was formed by Janaina Pamplona da Costa, Marko Monteiro, Jean Miguel and Rafael Dias.
The central theme of the event was “(Re)Doing science and technology in democracy,” a suggestive idea to reflect on the starring role of science and technology in the construction of democracy, governance, and politics in Latin America, a region that faces threats to democratic institutions, human rights, and the environment. Accordingly, the conference focused on issues such as the democratization of science and technology, the institutionalization of science, the communication of science, science education, the relationship between science and gender, and the transformations associated with the fast growth of information technologies.
The conference offered a plethora of participation options, from the classic conference paper to more interactive opportunities. In total, participants had the chance to take part in two main presentations, two discussion boards, four thematic panels, seven workshops, one documentary, six open sessions, and 28 thematic sessions. Likewise, the conference gathered attendees from Brazil and many other Latin American countries, which offered a taste of how colleagues from different parts of the region imagine STS.
Furthermore, the conference was a living indicator of the possibilities and limitations involved in academic articulation within Latin America. The most evident feature in this sense was the language exchange since speakers were asked to present in Spanish or Portuguese. Sometimes, the discussions occurred in one of the languages, both, or a mixture informally known as “portuñol.” For example, in the thematic session I was in, I presented in Spanish, the moderators asked me questions in Portuguese, and I replied in Spanish. As a Spanish speaker, this made me more aware of the colonial dynamics that led me to have English as a ‘default’ second language and not Portuguese.
As with most large academic meetings, I had to choose from many options. In my case, I assembled my schedule according to my research focus, the topics I sought to know more about, the people I was interested in hearing, and the panel I presented. Therefore, my impressions only capture a fraction of the overall setting. Yet. what I found in common from my sample was a combination of references to the classic STS scholars from the Global North with others from Latin America.
Considering that I am a Latin American scholar doing a PhD in Canada, the subjects and methods of the event were closer to my concerns and sensibilities compared to the conferences I attended in Europe and North America. I had the impression that the Latin American conference held a marked emphasis on politics and the transformation of society, which is attuned to the experience of working in one of the most unequal regions on Earth.
Many sessions caught my attention; however, I want to mention three. First, the powerful experience of hearing Andrea Ballesteros discuss the relationships between humans and geology in Costa Rica to explain how local leaders interpret scientific facts and work around water management. This is especially interesting in a country where water is limited in some neighborhoods but highly exploited for touristic purposes in others.
Inaugural plenary: Andrea Ballesteros [Image credit: Author]
Equally fascinating was the launch of the “Manifesto for Socioterritorial Metrics in Science, Technology, and Innovation,” authored by the group LATMÉTRICAS. This document seeks to challenge classic science metrics focused on the number of publications by using a socio-territorial approach, giving more relevance to social transformation, public politics, territorial networks, and mixed methods open to complexity.
ESOCITE-LATMÉTRICAS: Launch of the “Manifesto for Socioterritorial Metrics in Science, Technology and Innovation” [Image credit: Author]
Lastly, I found the conversations between STS and feminist anthropology extremely compelling. In this regard, Tania Pérez Bustos, Varin Mema, Luciene de Oliveira Dias, and María Anigstein shared their insights about the limitations of academic discourse in transforming reality. In contrast, they pointed out the possibilities of everyday practices and technologies considering the actions of Black and Indigenous women, lesbians, and women living in war contexts.
Conversations between worlds: STS and feminist anthropologies in Latin America [Image credit: Author]
In conclusion, the conference was very well organized and offered an open space to establish critical dialogues about the state of the field in the region. Finally, if I could leave a suggestion for future ESOCITE conferences, it would be to encourage the participation of our STS colleagues from regions such as East Asia and Africa. This will enhance the circulation of the rich STS knowledge produced in Latin America.
Jorge Alexander Daza Cardona is a PhD student in Science and Technology Studies at York University, Canada. He has an MA in Science and Technology Studies (York University), and a MSc in Social Studies of Science (Universidad Nacional de Colombia)
Relatório de Evento: XV Jornada Latino-Americana de Estudos Sociais da Ciência e Tecnologia (ESOCITE 2024)
A Jornada Latino-Americana de Estudos Sociais da Ciência e Tecnologia é o evento acadêmico de Estudos Sociais da Ciência e Tecnologia (CTS) mais importante da América Latina. É organizada pela Associação Latino-Americana de Estudos Sociais da Ciência e Tecnologia (ESOCITE) e ocorre a cada dois anos. A edição deste ano foi realizada na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Brasil, entre 23 e 25 de julho. O evento foi sediado pelo Departamento de Política Científica e Tecnológica da mesma universidade. A comissão organizadora foi formada pelos doutores Janaina Pamplona da Costa, Marko Monteiro, Jean Miguel e Rafael Dias.
O tema central do evento foi "(Re)Fazer a ciência e a tecnologia na democracia", oferecendo uma reflexão sugestiva sobre o papel de destaque da ciência e da tecnologia na construção da democracia, da governança e da política na América Latina, uma região que enfrenta constantes ameaças às instituições democráticas, aos direitos humanos e ao ambiente. A jornada concentrou-se em questões como a democratização da ciência e da tecnologia, a institucionalização da ciência, a comunicação da ciência, educação científica, a relação entre ciência e gênero e as transformações associadas ao rápido crescimento das tecnologias de informação.
A jornada ofereceu uma míriade de opções de participação, desde o clássico formato de artigo de conferência até oportunidades mais interativas. Ao todo, os assistentes tiveram a chance de participar de duas apresentações principais, dois painéis de discussão, quatro painéis temáticos, sete oficinas, um documentário, seis sessões abertas e 28 sessões temáticas. O evento reuniu participantes do Brasil e de muitos outros países da América Latina, o que ofereceu uma amostra de como os colegas de diferentes partes da região imaginam o campo de CTS.
A jornada foi uma indicadora viva das possibilidades e limitações envolvidas na articulação acadêmica na América Latina. A característica mais evidente nesse sentido foi o intercâmbio de idiomas, uma vez que os palestrantes foram solicitados a se apresentar em espanhol ou português. Às vezes, as discussões ocorriam em um dos idiomas, em ambos ou em uma mistura informalmente conhecida como "portuñol". Por exemplo, na seção temática em que participei, realizei minha apresentação em espanhol, os moderadores me fizeram perguntas em português e eu respondi em espanhol. Como falante de espanhol, isso me deixou mais consciente da dinâmica colonial que me levou a ter o inglês como segundo idioma "padrão" e não o português.
Como na maioria dos grandes encontros acadêmicos, tive de escolher entre muitas opções. No meu caso, montei a agenda de acordo com meus focos de pesquisa, os tópicos sobre os quais eu queria saber mais, as pessoas que eu estava interessado em ouvir e o painel onde apresentei meu trabalho. Portanto, minhas impressões capturam apenas uma fração do que foi o evento. No entanto, o que encontrei em comum foi uma combinação de referências aos acadêmicos clássicos de CTS do Norte Global com outros da América Latina.
Considerando que sou um acadêmico latino-americano fazendo doutorado no Canadá, os temas e métodos dessa jornada estavam mais próximos das minhas preocupações e sensibilidades em comparação com as conferências das quais participei na Europa e na América do Norte. Tive a impressão de que a conferência latino-americana enfatizou bastante a política e a transformação da sociedade, o que está em sintonia com a experiência de trabalhar em uma das regiões mais desiguais do planeta.
Muitas sessões chamaram minha atenção, no entanto, gostaria de mencionar três. Primeiro, a potente experiência de ouvir Andrea Ballesteros discutir as relações entre os seres humanos e a geologia na Costa Rica para explicar como os líderes locais interpretam os fatos científicos e trabalham com a gestão da água. Isso é especialmente interessante em um país onde a água é limitada em alguns bairros, mas altamente explorada para fins turísticos em outros.
Palestra inaugural: Andrea Ballesteros [Crédito: Autor]
Igualmente fascinante foi o lançamento do "Manifesto para Métricas Sócio-territorial da Ciência, Tecnologia e Inovação", de autoria do grupo LATMÉTRICAS. Esse documento busca desafiar as métricas clássicas da ciência focadas em número de publicações a partir de uma abordagem socioterritorial, dando mais relevância à transformação social, às políticas públicas, às redes territoriais e aos métodos mistos abertos à complexidade.
ESOCITE-LATMÉTRICAS: lançamento do “Manifesto para Métricas Sócio-territoriais na Ciência, Tecnologia e Inovação” [Crédito: Autor]
Por fim, achei as conversas entre CTS e a antropologia feminista extremamente sugestivo. Nesse sentido, Tania Pérez Bustos, Varin Mema, Luciene de Oliveira Dias e María Anigstein compartilharam suas percepções sobre as limitações do discurso acadêmico na transformação da realidade, apontando, em contraste, as possibilidades oferecidas pelas práticas e tecnologias cotidianas, considerando as ações de mulheres negras, indígenas, lésbicas e mulheres que vivem em contextos de guerra.
Diálogos entre mundos: CTS e antropologias feministas na América Latina [Crédito: Autor]
Em conclusão, a conferência foi muito bem-organizada e ofereceu um espaço aberto para estabelecer diálogos críticos sobre o estado do campo de CTS na região. Por fim, deixo uma sugestão para fortalecer ainda mais o evento que seria incentivar a participação de colegas de regiões como o Leste Asiático e a África em futuras jornadas do ESOCITE. Isso aumentará ainda mais a circulação do conhecimento de CTS produzido na América Latina.
Jorge Alexander Daza Cardona é doutorando em Science & Technology Studies na York University, Canadá. Ele é mestre em Science & Technology Studies (York University) e em Estudos Sociais da Ciência (Universidad Nacional de Colombia).
Reporte de congreso: XV Jornada Latinoamericana de Estudios Sociales de la Ciencia y la Tecnología (ESOCITE 2024)
La Jornada Latinoamericana de Estudios Sociales de la Ciencia y la Tecnología es el evento académico más importante de los Estudios de Ciencia, Tecnología y Sociedad (CTS) de la región latinoamericana. Está jornada es organizada por la Asociación Latinoamericana de Estudios Sociales de la Ciencia y la Tecnología (ESOCITE) y se realiza cada dos años. La edición de este año tuvo lugar en la Universidad de Campinas, Brasil, entre el 23 y 25 de julio. La conferencia fue organizada por el Departamento de Política Científica y Tecnológica de la misma universidad y el comité organizador estuvo conformado por los doctores Janaina Pamplona da Costa, Marko Monteiro, Jean Miguel y Rafael Dias.
El tema central del evento fue “(Re)Hacer la ciencia y tecnología en la democracia”, una idea sugerente para reflexionar sobre el papel protagónico de la ciencia y la tecnología en la construcción de la democracia, la gobernabilidad y la política en América Latina; una región que enfrenta amenazas a las instituciones democráticas, los derechos humanos y el ambiente. En consecuencia, la conferencia se centró en cuestiones como la democratización de la ciencia y la tecnología, la institucionalización de la ciencia, la comunicación de la ciencia, la educación científica, la relación entre ciencia y género y las transformaciones asociadas con el rápido crecimiento de las tecnologías de la información.
Esta jornada ofreció una plétora de opciones de participación, desde el clásico artículo de conferencia hasta oportunidades más interactivas. En total, los asistentes tuvieron la oportunidad de participar en dos ponencias principales, dos foros de discusión, cuatro paneles temáticos, siete talleres, un documental, seis sesiones abiertas y 28 sesiones temáticas. Asimismo, la jornada reunió a asistentes de Brasil y muchos otros países latinoamericanos, lo cual ofreció una muestra de cómo imaginan los CTS los colegas de distintas partes de la región.
Más aún, esta jornada fue un indicador vivo de las posibilidades y limitaciones que implica la articulación académica dentro de América latina. La característica más evidente en este sentido fue el intercambio de idiomas, ya que se pidió a los ponentes que presentaran en español o portugués; por lo cual, a veces las discusiones se producían en uno de los idiomas, en ambos o en una mezcla conocida informalmente como “portuñol”. Por ejemplo, en la sesión temática en la que estuve, presenté en español, los moderadores me hicieron preguntas en portugués y yo respondí en español. Como hispanohablante, esto me hizo más consciente de la dinámica colonial que me llevó a tener el inglés como segunda lengua “por defecto” y no el portugués.
Como ocurre con la mayoría de los encuentros académicos multitudinarios, tuve que elegir entre muchas opciones. En mi caso, ensamblé mi agenda de acuerdo con mi enfoque de investigación, los temas sobre los que buscaba saber más, las personas que me interesaba escuchar y el panel en el que presenté. Por lo tanto, mis impresiones sólo captan una fracción del entorno general. No obstante, lo que encontré en común en mi muestra fue una combinación de referencias a los académicos clásicos CTS del Norte Global con otros de América Latina.
Teniendo en cuenta que soy un académico latinoamericano que realiza su doctorado en Canadá, los temas y métodos del evento estuvieron más cerca de mis inquietudes y sensibilidades en comparación con las conferencias en las que participé en Europa y América del Norte. Tuve la impresión de que la conferencia latinoamericana tuvo un marcado énfasis en la política y la transformación de la sociedad, lo cual está en sintonía con la experiencia de trabajar en una de las regiones más desiguales de la Tierra.
Muchas sesiones llamaron mi atención; sin embargo, quiero mencionar tres. Primero, la poderosa experiencia de escuchar a Andrea Ballesteros discutir las relaciones entre los humanos y la geología en Costa Rica para explicar cómo los líderes locales interpretan los hechos científicos y trabajan en torno a la gestión del agua. Esto es especialmente interesante en un país donde el agua es limitada en algunos barrios, pero altamente explotada con fines turísticos en otros.
Ponencia inaugural: Andrea Ballesteros [Foto por el autor]
Igualmente fascinante fue el lanzamiento del “Manifiesto por las Métricas Socioterritoriales de Ciencia, Tecnología e Innovación”, elaborado por el grupo
LATMÉTRICAS. Este documento busca desafiar las métricas clásicas de la ciencia centradas en el número de publicaciones mediante un enfoque socioterritorial, dando mayor relevancia a la transformación social, las políticas públicas, las redes territoriales y los métodos mixtos abiertos a la complejidad.
Lanzamiento Manifiesto: Métricas socioterritoriales en ciencia, tecnología e innovación [Foto por el autor]
Por último, me parecieron extremadamente sugerentes las conversaciones entre CTS y la antropología feminista. En este sentido,
Tania Pérez Bustos,
Varin Mema,
Luciene de Oliveira Dias, y
María Anigstein compartieron sus reflexiones sobre las limitaciones del discurso académico para transformar la realidad. En contraste, señalaron las posibilidades de prácticas y tecnologías cotidianas considerando las acciones de mujeres negras, indígenas, lesbianas y mujeres que viven en contextos de guerra.
Conversaciones entre mundos: CTS y antropologías feministas en América Latina [Foto por el autor]
En conclusión, la jornada estuvo muy bien organizada y ofreció un espacio abierto para establecer diálogos críticos sobre el estado del campo en la región. Finalmente, si pudiera dejar una sugerencia para futuras jornadas de ESOCITE, sería incentivar más la participación nuestros colegas CTS de regiones como el Este de Asia y África. Esto mejorará la circulación del rico conocimiento CTS producido en América Latina.
Jorge Alexander Daza Cardona es un estudiante de Doctorado en Science and Tecnology Studies en la Universidad de York, Canadá. Tiene una Maestría en Science and Tecnology Studies (York University) y una Maestría en Estudios Sociales de las Ciencia (Universidad Nacional de Colombia).
Published: 08/14/2024